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Dona da noite e da tempestade
vejo o que desejo ver
sobrevoo a utilidade que me sufoca
nego-me a ser ferramenta
da obra que vai me soterrar
e aqui já não jaz
– é uma clareira
cercada de florestas
alma nova
um sacudir de cabelos
ombros em liberdade –
desapegada e livre enfim
de perfunctórias aporrinhações.
8
Rasgo meticulosa a folha
do orçamento em que trabalhava
e faço uma gaivota com ela.
Apesar da chuva
voa como uma pomba branca
treva adentro
e eu vou com ela.