O vento passa em silêncio
e o papel de leve se arrepia
de obliquidade.
As sombras circulando no cinzeiro
e o vidro que reinaugura
sua constelação cotidiana.
Alguma coisa nos sentidos
move-se como as peças de um puzzle
uma redescoberta de formas despertando
a cera do não lugar a que chamamos alma
– eles repousam plenos
sem fome sede ou paixão
a forma que lhes cabe.
O olhar anima
nem vegetais, nem pedras
nem do mar
: secretos
os objetos são como os poemas.