Lá fora chove
e nada do que digo
é o que queria dizer.
Estou imóvel
e tenho a pressa de uma presa
ante o felino
eternamente a preparar
o bote sem desejo
e a agonia poreja das paredes.
Asas coladas
voltamos ao casulo
viscosos seres
unidos no tormento
de um momento que não vai voltar.
Além dessas janelas
a vida comemora seus enigmas
quatro estações e luas
e o vento vibra
por suas ruas e praças.
Em nosso espaço
somos peso de carne no açougue
sem mais surpresas
repete-se o que não houve
e nos reflete
em duas dimensões
– silêncio e chuva.
Apodrecemos como violetas
o caule a desfazer-se.
e nada do que digo
é o que queria dizer.
Estou imóvel
e tenho a pressa de uma presa
ante o felino
eternamente a preparar
o bote sem desejo
e a agonia poreja das paredes.
Asas coladas
voltamos ao casulo
viscosos seres
unidos no tormento
de um momento que não vai voltar.
Além dessas janelas
a vida comemora seus enigmas
quatro estações e luas
e o vento vibra
por suas ruas e praças.
Em nosso espaço
somos peso de carne no açougue
sem mais surpresas
repete-se o que não houve
e nos reflete
em duas dimensões
– silêncio e chuva.
Apodrecemos como violetas
o caule a desfazer-se.