Lá fora chove
e nada do que digo
é o que queria dizer.
Estou imóvel
e tenho a pressa de uma presa
ante o felino
eternamente a preparar
o bote sem desejo
e a agonia poreja das paredes.
Asas coladas
voltamos ao casulo
viscosos seres
unidos no tormento
de um momento que não vai voltar.
Além dessas janelas
a vida comemora seus enigmas
quatro estações e luas
e o vento vibra
por suas ruas e praças.
Em nosso espaço
somos peso de carne no açougue
sem mais surpresas
repete-se o que não houve
e nos reflete
em duas dimensões
– silêncio e chuva.
Apodrecemos como violetas
o caule a desfazer-se.
e nada do que digo
é o que queria dizer.
Estou imóvel
e tenho a pressa de uma presa
ante o felino
eternamente a preparar
o bote sem desejo
e a agonia poreja das paredes.
Asas coladas
voltamos ao casulo
viscosos seres
unidos no tormento
de um momento que não vai voltar.
Além dessas janelas
a vida comemora seus enigmas
quatro estações e luas
e o vento vibra
por suas ruas e praças.
Em nosso espaço
somos peso de carne no açougue
sem mais surpresas
repete-se o que não houve
e nos reflete
em duas dimensões
– silêncio e chuva.
Apodrecemos como violetas
o caule a desfazer-se.
4 comentários:
Nossa! Adorei a intensidade. Causou-me um desconforto de quem se vê diante de si mesma por um instante e tenta ignorar a si mesmo.
Abraços neste começo de noite.
chove aqui também, adade. e nem há violetas.
um beijo.
Angustiantemente belo!
Cada verso é como lágrima ou chuva violenta.
Lindo, intenso, como a saudade, como tudo que deveria ter havido e não houve.
beijos
Minha Querida Adelaide
Estou de volta:))
Obrigada pela visita.
Volto mais tarde para te ler e comentar
Beijos com carinho
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