Uma palavra acesa
seca e triste
fulgura a um sol pequeno
isento
orgulho e frio
desvinculado de todas as órbitas
sem remissão nem volta
irresgatado de toda brandura
uma palavra ausência e orfandade
distante dos sentidos.
Palavra só
sem destino.
sexta-feira, setembro 28, 2012
quarta-feira, setembro 26, 2012
segunda-feira, setembro 24, 2012
Conversão
Há momentos
em que os sentidos
gritam surpresas
como um mar
mudando o rumo
de suas correntes.
Uma outra vida
chega insuspeitada
e amadurece manhãs
de um sol ignorado.
Momentos
em que todo pensamento
gera o eclipse
e a nova luz
nos cega
irreversível
até o descobrimento
do que em verdade somos.
sexta-feira, setembro 21, 2012
calçadão
tão leve
vestida de éter
não sente o vento
frio da noite
a noite magra
vaga estendida
debaixo de alguma ponte
cabelo dança
rumo do mar
raízes firmes
no calçadão
a noite é sempre maior
que os horizontes
sem flores
poema nas unhas
inventa
que despetala
a noite ondeia nos lábios
paisagem rubra
vestida de éter
não sente o vento
frio da noite
a noite magra
vaga estendida
debaixo de alguma ponte
cabelo dança
rumo do mar
raízes firmes
no calçadão
a noite é sempre maior
que os horizontes
sem flores
poema nas unhas
inventa
que despetala
a noite ondeia nos lábios
paisagem rubra
quarta-feira, setembro 19, 2012
Finito
Foto da internet sem nome de autor.
segunda-feira, setembro 17, 2012
Domo
Em sua terra
as catedrais seguram as mãos dos visitantes
e interrompem a respiração do mundo
fechada em seus vitrais.
Todas as catedrais submergem
afogadas por um sino.
segunda-feira, setembro 10, 2012
Visitante
No fim de um dia de trabalho
a noite consumada
ele vem me falar.
Desde cedo
o dia estava propício a estranhar
quase tudo que se explica pela lógica.
Espantava ser aceito
e respeitável entre os iguais
– espanto familiar
tão natural como beber água
ou ir à janela olhar a rua.
O estranhamento se aplaca
como se um amigo antigo
dissesse sou eu
do outro lado da porta.
Custei a entender
e agora sei
– isso acontece
para ampliar espaços
onde o corpo com sua alma pendurada
podem voltar a ser a dupla que já foram.
Mostra que a vida
não pode ser o que se pensa
mas tem vertentes ousadas
que o outro talvez saiba explicar
ou simplesmente vive.
O outro me abraça e segue
de um jeito calmo e surpreendente.
e vai mais longe que eu.
Aceito a mão que me dá
e vendo tudo tão claro
chego a pensar que morri
atrelada a essa imagem
de outro registro.
sexta-feira, setembro 07, 2012
Rio 2
segunda-feira, setembro 03, 2012
Presença
Em cada canto da casa
tua presença perdura.
A música da noite te recria
e apascenta fantasias
desses rebanhos de sonho que inventamos.
E a cada dia floresce e frutifica
toda a fraqueza da carne
nossa força.
tua presença perdura.
A música da noite te recria
e apascenta fantasias
desses rebanhos de sonho que inventamos.
E a cada dia floresce e frutifica
toda a fraqueza da carne
nossa força.
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