Segues um rastro imóvel
entalhado na praia
e todo gesto
revela a face dupla de um tempo renitente.
Vives entre coisas guardadas
os objetos as fotos
letras que acendem sóis impenitentes
que há tanto tempo perderam seu calor.
Tudo te guarda de ti e te entristece.
Hoje faz sol
e o ar invade os poros
vem ver
me dá tua mão
vamos até a janela.