Se ensaiasse voar no fim daquela noite seria o mar aberto o brilho cego do abismo e a aurora sobre as copas ao fim do voo. O dia um ganho inesperado, se conseguisse deslizar alada, cheirando a frutas e flores, e se cortasse os ventos, hastes, cabelos trançados de aves, águas riscadas e a terra que tremesse. Longe do grande barco, plana distante do alto do nono andar em círculos isentos e quer a vida branda das paisagens. Larga as cortinas sem medo do trânsito engarrafado que ainda ruge às dez da noite.