As casas onde morei fizeram água
e as árvores do pomar perderam a sombra.
Só me restaram coisas sem valia
que envolvi em sedas coloridas.
Nas baias da memória
moram um alazão alado
e um baio esguio e bonito
que não consigo arrear.
Mora um gato almiscarado
numa urna de alabastro
e uma sereia de sol e tabaco
que em dias frios
desfaz as tranças na praia
e some em grutas de rio.
O sono rouba o sossego
e traz de volta faces do passado
acaricia traiçoeiro meus cabelos
e traça rumos ao céu dos quatro ventos
onde me perco.
e as árvores do pomar perderam a sombra.
Só me restaram coisas sem valia
que envolvi em sedas coloridas.
Nas baias da memória
moram um alazão alado
e um baio esguio e bonito
que não consigo arrear.
Mora um gato almiscarado
numa urna de alabastro
e uma sereia de sol e tabaco
que em dias frios
desfaz as tranças na praia
e some em grutas de rio.
O sono rouba o sossego
e traz de volta faces do passado
acaricia traiçoeiro meus cabelos
e traça rumos ao céu dos quatro ventos
onde me perco.
O cerco da memória é como um sono
a devorar as portas do presente.
Mas onde deixarei minha bagagem
se a estância do presente não tem baias?
Para onde voarão minhas imagens
abandonadas sem asas neste chão
ainda que seja o único existente?
3 comentários:
Passando para acompanhar suas belas letras e hoje aproveito para margear de forma divina a minha ilusão quanto a saudade. Culpa da memória que mantêm intacta as lembranças de outrora.
Benção ou desgraça.
Nunca saberei.
Beijos meus a você.
Bem à propósito de tuas lembranças tb. escrevi sobre memórias de infância!
É o Inconsciente Coletivo! Você que é poeta, fazendo estas memórias virarem lindos poemas e eu, como não sei poetar, apenas escrevo minhas impressões.
Wow, I like your post !
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