Foto Andzerej Jurczak.
...
Olha, amor, tudo rachando
tudo a pique de ruir.
Olha que obra incompleta
abandonada, esquecida
olha o sonho carcomido
que esquecemos de sonhar.
Olha o filho que enjeitamos
o amor que não amamos
e os projetos sine die.
Olha as ilusões pisadas
quase tudo, quase nada
olha as tardes da colina
rolando de morro abaixo.
Olha o fogo distraído
se esquecendo de queimar
e os espinheiros que crescem
abafam
cobrem
florescem
suas flores desiguais
e esse cheiro de velório
que engole as damas-da-noite
e esse frio pela praia
os tapumes no caminho
a farpa entrando no pé.
A alegria trancada a sete chaves
numa gaveta qualquer
e nós perdemos as chaves
uma a uma.
tudo a pique de ruir.
Olha que obra incompleta
abandonada, esquecida
olha o sonho carcomido
que esquecemos de sonhar.
Olha o filho que enjeitamos
o amor que não amamos
e os projetos sine die.
Olha as ilusões pisadas
quase tudo, quase nada
olha as tardes da colina
rolando de morro abaixo.
Olha o fogo distraído
se esquecendo de queimar
e os espinheiros que crescem
abafam
cobrem
florescem
suas flores desiguais
e esse cheiro de velório
que engole as damas-da-noite
e esse frio pela praia
os tapumes no caminho
a farpa entrando no pé.
A alegria trancada a sete chaves
numa gaveta qualquer
e nós perdemos as chaves
uma a uma.
2 comentários:
ôh, meu Deus!
Esta doeu, calou fundo!
;o)
Beijo pra você
Lancinante!
E, no entanto, há a triste calma de quem sabe bem do fim.
beijos
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