Diante
de prateleiras de poemas
imaginava
viver em Santorini
num
terraço
avaliado
em sete livros desaparecidos
durante
a inquisição.
Imaginava
planos e viagens
sem
nunca sair de casa
a
esperar demais do gato e das janelas
acumulando
fumaça e pesadelos
–
noites que nem a madrugada abria
entre
monges escreventes
caligrafias
iluminuras e inutilidades
cobertas
de poeira
e
páginas sobre o mar
que
ele inseria entre as cenas de algum filme
a
que assistia distraído na TV.