sábado, maio 12, 2012

Intervalo

Uma certeza simples se levanta
ser imperfeito e rouco
do meio das ruínas.
Sou meu resto.
Se acreditasse
sonhando com neve imaculada
e um esgarçado véu
por sobre um bosque
de vegetais rasteiros
noite de lua
e o impossível talvez começo
ou recomeço de um amor;
resto porque de noite pardas
desilusões semeiam gatos cegos
como se ainda pudesse...
Essa pureza
e essa razão estranha
apenas rebaixaram minha voz.
Ainda vive o resto.


Poema reeditado

5 comentários:

João A. Quadrado disse...

[e do resto,

o pouco a pouco, o despojo
a construção de nós.]

um imenso abraço, Amiga Dade

Leonardo B.

Ivan disse...

São poemas assim que me fazem vir aqui todos os dias...

Beijos do Ivan

Unknown disse...

interstício, e o resto; resta



beijo

Bípede Falante disse...

Trágica macula que nos pica feito gelo.

beijos :)

césar disse...

Muito muito bonito, Dade.
Nâo demora não, tá?

Beijo.