Há décadas fugiu de sua terra.
Moram com ele na casa de sobrado
um cinzeiro rachado da Baviera
a escrivaninha surrealista do
tio
esquizofrênico
e um ruído de rio.
Da sala ouve falas discretas
mas constantes
onde trocam ideias o pai
a mãe e a mestra de sua escola
da infância
que – fossem vivos – teriam
cada um
bem mais de cento e vinte.
Às vezes ele chega até a janela
e se não há muito sol nem muita
chuva
e o rio corre manso
diverte-se passeando em
pensamento
pela memória da margem mais
deserta
até encontrar alguém
que fale o alemão fluentemente.
3 comentários:
eu lembro desta série no palavrório
beijo
Muito bom este poema, Dade. Muito bom!
Abr.,
Gostei muito, Dade.
Beijo do Ivan.
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