Ele
As
agulhas dos morcegos
costuram
a noite à terra
(é
preciso dormir
sem
espinhos nas mãos).
Ele
navega solto
pelo
navio do quarto
tempo
ancorado no porão
da
madrugada.
Raízes
e memórias
dormem
junto
em
camas separadas.
Toda
manhã
a
estrada troca seus lençóis
sujos
de sombra.
6 comentários:
Sempre engendrando a linguagem e fazendo-a ecoar através da sua poesia... Um poema que nos faz abstrair o crepúsculo...
Beijos, Dade!
Se é preciso dormir sem espinhos nas mãos, no poema as palavras fruem-se sem espinhas.
Beijo :)
puta merda, Dade!
essa foi literalmente minha expressão ao ler esse poema raro, raríssimo
bj, com toda admiração, poeta queridona
de torar
beijo
Muito belo, Dade!
Letras em guirlanda atiçando olhares. Gostei de tudo, mas em especial:
"Raízes e memórias
dormem junto
em camas separadas."
Sensível e inteligente.
Grande beijo!
O navio, os dias e o seu cotidiano, fazem lembrar o seu poema. Muito bom!
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