quinta-feira, maio 22, 2014

A meu pai Pai


Pai,
hoje te encontrei
bem jovem
olhando para mim
da capa de um disco de Tom Waits.
Por entre tantas coisas
tanto refugo e restos
e noites longas
que te deixavam na herança de um outro dia
soturno, a voz quebrada,
por que não me disseste?
Te procurei em tantas fotos
depois que nos deixaste
para saber que sentido teve tua vida
e que dias perdeste
sendo quem nunca foste.
Por que não me disseste?

7 comentários:

João A. Quadrado disse...


[tantas as linhas que ficam inacabadas,

entre as palavras nunca ditas,
peito adentro, um olhar]

imenso,
imenso abraço, Amiga Dade

bL

Graça Pires disse...

Dade, este poema emocionou-me muito.
É muito belo e muito sentido.
Beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

Que maravilhoso canto,na cadência da escrita e na voz de quem ama e numa língua renovada como a terra para alguém que é eterno!
Beijos, dade!

Teté M. Jorge disse...

Preciosa ode!

Beijo e flores.

dade amorim disse...

Obrigada Teca e José Carlos!

Cris de Souza disse...

Memória emotiva!

Beijo, Queridade*

Nilson Barcelli disse...

Nunca se diz tudo quando se parte.
Belo poema, gostei imenso.
Um beijo, querida amiga Dade.