quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Paraty IV


Agora este silêncio
imenso grave e escuro
sobre os telhados

ora adere ao chão molhado
o mar que espreita
ora enternece ao som do pio frágil
nas folhagens.

Impossível ser tudo.

Na pele a aragem fria
de uma delicadeza de açucena
prediz a madrugada
como um estado de graça.

O mundo é simples
vivemos muito pouco
e apenas cremos que dure mais um dia.

Ao meio-dia o mar invade as ruas.

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