(Para minha tia agonizante)
Vou aos pedaços
no limiar dessa fuga
da partida
para onde continuamos sem pensar.
Aprendo agora o que teus olhos dizem
a contemplar o que não posso ver.
Teus olhos se perderam noutro tempo.
Mãe
ou o que me resta de ti
a morte te transcende e me transcende
mas não te apaga
não apaga em mim os teus vestígios.
A morte é o fim de todos os presságios
uma armadilha
a morte é uma aranha em sua teia.
Mãe
a morte vigilante aos poucos enredou
a tua irmã que mais amou a vida.
Um comentário:
Passando por aqui, pela primeira vez, estou olhando e gostando de tudo. Esse, em especial, me chamou mais a atenção, devido ao meu momento.
Voltarei outras vezes.
Um abraço
Jacinta
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