A rua está deserta
e o mundo se distancia
como um barco
casas fechadas
parecem fluidas
como se as fachadas
se desgarrassem
dos alicerces.
O céu é sem jardins
não vai ter fim esta
noite
os muros adormeceram
emudecem as calçadas
e tudo que se sabia da
rotina
era mentira.
11 comentários:
Triste e lindo!
É o mundo que se distancia, para uma noite sem fim.
Faz-me imaginar um grande deserto na alma.
Beijos,
Mirze
Se era mentira, não valia à pena
beijos
:)
esta imagem é fascinante
e o mundo se distancia como barco
A nova rotina, a quebra da anterior, é igualmente enganadora!
Fachadas que se desgarram dos alicerces...que versos lindos!
Bjos, Dade!
Um céu sem jardins (que bela imagem criaste) é um céu eternamente sem estrelas ou nuvens.
Um céu tão triste que nem céu é.
beijoss
a rotina transmuda seus enigmas,
beijo
A rotina se perde na face da poesia, algo de todo dia cria vida, mesmo que mórbida, sofrida. Não há rotina depois que se reencarna na sua poesia.
Grande, Dade!
Mais um poema que me encantou.
Um abraço de admiração.
Filosofia Dadiana...
Esse dia após dia às vezes cansa.
bjs
Não há letargia que pegue nas tuas palavras. Elas são vivas, soltas.
Magnífico poema. Gostei imenso.
Beijos, querida amiga.
Postar um comentário