Obra do Aleijadinho
Seria uma cidade igual às outras,
diamante bruto ao fundo da
montanha-mina,
não fosse pelo bailado dos profetas
no adro
os movimentos leves de pedra-sabão
as dobras panejadas de seus mantos
e as faces impenetráveis
angulosas.
angulosas.
Esses profetas
cobrem a terra de harmonia lúdica
em cantos inaudíveis.
Tornam em ouro o pó
e o azul do céu em prata clara.
Decidem os destinos da cidade
secretamente
no espaço-tempo dos fatos.
E ao lado da aparente sisudez
praticam um misticismo fetichista,
ritualista e irreverente
que à noite anima os personagens
pios
dos passos da via-sacra
para os fazer pecar.
São sábios a seu modo,
unânimes como os sete anões de
Branca de Neve
e, íntimos do Pai,
riem dos homens e dos anjos,
enquanto lançam sobre os visitantes
o olhar vazio das estátuas.
Poema reeditado
8 comentários:
Adoro este poema, Dade.
Beijos do Ivan
Congonhas agradece a beleza desses versos.
Abr.,
Um belíssimo poema em homenagem a Congonhas, essa cidade maravilhosa.
Beijo.
versos esculpidos, talhe precioso
beijo
Perfeito! Que olhar precioso sobre as estátuas do mestre Aleijadinho e a mineira Congonhas.
Saudades de te ler.
Beijos.
Beleza pra não botar defeito!
Beijos
Precioso lugar talhado em versos... uma lindeza!
Beijos.
Obrigada, amigos!
Um grande abraço a todos.
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