Há muito não
acontecia,
não é a insônia
que conheço
é só o apelo da
noite que me chama
ao contato frio
da esquadria
entre o
aconchego do quarto
e a doçura dessa
escuridão
entre o terno e
o imponderável.
O universo
inicia sua música
diante dos
muitos olhos lá do alto.
Há muito não
precisava desses olhos
sua luz fosca
sobre a ironia
dos grilos orquestrados
no jardim.
O céu não é
azul.
O dia teve seus
gumes
e há esses momentos.
quando nada se
move
nada parece ter
vida
além do allegro
da água
do outro lado da
rua.
Hoje choveu e há
cupins sob as lâmpadas
onde a escuridão
se dissolve
intercalada ao
mundo equivocado,
furando a treva
sem freio
na expectativa
dos instantes
pairando sobre
os túmulos
dispersos pelo
mar.
São muitas as
moradas deste mundo
e variadas as
vozes que a manhã
vai acender
daqui a pouco.
Enquanto a
escuridão se move
maltrapilha
mergulho em tudo
que existe
mas não vejo,
ouço canções
inaudíveis
na tentativa de
entender
por que aqui é
dezembro
e tantas coisas
pequenas
nos ocupam.
5 comentários:
Que maravilha de poema, Dade. Parece que uma noite é pouca para os seus devaneios.
Abraços
incomensuráveis os caminhos da noite, tateamos apenas
beijo
Poema fantástico, Dade! Adorei.
Beijo.
adorei a última estrofe. beijos!
Muito bom, curioso como é legal ver o quanto o blog mudou desde quando comecei a visitá-lo. Pra melhor, diga-se de passagem.
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