nas folhas da amendoeira
canta
na franja dos telhados
a madrugada líquida que chega.
É tanto o que independe
de nós
aos olhos mais atentos
– as luzes que vacilam
e nada saberemos dos bichos escondidos
no escuro mais escuro –
nada
de tudo que subsiste
sem que os sentidos registrem.
De todos os sinais
sobram frações
segundos, séculos
girando em outra esfera.
Se a pele é fiel ao tempo
o vento embala
ou destrói
e a chuva é mais que suas nuvens.
Olhando pela vidraça a sedução do tempo
quem sabe o mundo que iremos encontrar
depois do sono.
Ainda assim o momento é mais forte
e o esquecimento nos salva.
6 comentários:
Lindo demais, Dade!
Bjs
esquecer nos livra de muitas memórias
beijo
A apreensão desse momento mágico é uma lição de poesia, Dade.
Abração,
Dade, sensacional.
Adorei o detalhe com as nuvens!
Muito, mas muito lindo!
Beijos nossos
Haverá um esquecimento?
a chuva em franjas no telhado escorrem ainda pelas janelas
da minha alma
Lindo poetar
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