sexta-feira, junho 21, 2013

sinais




talvez tantos sinais da cruz
feitos sobre meu peito
meus cabelos
expliquem essa dor subterrânea
presente em todos os chãos onde pisei

talvez tantos temores
olhares que se alongaram sobre o tempo
e nunca mais se apagaram da memória
possam explicar meus medos
e a impossível alegria solta
como no campo um filhote desgarrado

tenho talvez a sina do degredo
e tantas vezes não ser como queria
e tantas vezes
ter desejado o riso como um sol
e ter somente alcançado a lua fria
antes do alvorecer

9 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito! Acho que é o mais lindo que já li aqui...

Um beijo de quem muito te adora...

Unknown disse...

e tantas vezes nos repetimos em oferenda


beijo

Fred Caju disse...

Quanto me vejo de muitos talvezes, me sinto bem. Acho que a dúvida é sempre melhor que a certeza.

Teté M. Jorge disse...

Tantas dúvidas ainda entre tantas certezas pouco reveladas...

Beijos.

Aloísio disse...

Muiiiito bonito, Dade!
Beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

Bom é perceber dúvidas e certezas reveladas ou não com tanto lirismo... Maravilha, Dade!
Abraços,

Unknown disse...

Culpas, medos, a liberdade sonhada em forma de poesia ressoa...

Belo!

Bjs, poetisa

Unknown disse...

"talvez tantos temores
olhares que se alongaram sobre o tempo
e nunca mais se apagaram da memória
possam explicar meus medos"

Teus poemas, não rara vezes, se comunica com meus sentires.

Beijos, poetisa

Unknown disse...

por isso volto, dou voltas e faço circular outras palavras por aqui...