talvez tantos sinais da cruz
feitos sobre meu peito
meus cabelos
expliquem essa dor subterrânea
presente em todos os chãos onde pisei
talvez tantos temores
olhares que se alongaram sobre o tempo
e nunca mais se apagaram da memória
possam explicar meus medos
e a impossível alegria solta
como no campo um filhote desgarrado
tenho talvez a sina do degredo
e tantas vezes não ser como queria
e tantas vezes
ter desejado o riso como um sol
e ter somente alcançado a lua fria
antes do alvorecer
9 comentários:
Perfeito! Acho que é o mais lindo que já li aqui...
Um beijo de quem muito te adora...
e tantas vezes nos repetimos em oferenda
beijo
Quanto me vejo de muitos talvezes, me sinto bem. Acho que a dúvida é sempre melhor que a certeza.
Tantas dúvidas ainda entre tantas certezas pouco reveladas...
Beijos.
Muiiiito bonito, Dade!
Beijo.
Bom é perceber dúvidas e certezas reveladas ou não com tanto lirismo... Maravilha, Dade!
Abraços,
Culpas, medos, a liberdade sonhada em forma de poesia ressoa...
Belo!
Bjs, poetisa
"talvez tantos temores
olhares que se alongaram sobre o tempo
e nunca mais se apagaram da memória
possam explicar meus medos"
Teus poemas, não rara vezes, se comunica com meus sentires.
Beijos, poetisa
por isso volto, dou voltas e faço circular outras palavras por aqui...
Postar um comentário