A gaveta esquecida
retém lances de dados
jogos refeitos
e devaneios datados
de alguma primavera.
O corpo é um limite
e adivinha
mares e voos
preso à monotonia
da respiração necessária.
Respira na gaveta
uma existência de pássaro.
Aberta uma gaiola
o pássaro tem medo
de se atirar no vazio.
8 comentários:
Adelaide,
O vazio é sempre essa infinita possibilidade/ de tudo e de nada.
Que belo poema esse!
E perder as chaves da gaveta/ trancada outra vez?
Abs,
Oliveira Campos
puxa, este final me fez mergulho
beijo
Voei longe... Bj
A nudez da gaveta é também a nossa nudez. Abri-la é perder-se...
beijos, Dade!
Que beleza de poema, Dade!!! Como uma gaveta, aberta ou fechada, pode tanto, não é mesmo!?
Bj grande e saudade
Várias imagens, muito lindas, foram criadas com teu poema, Dade! Meu beijo.
Nossa, esse medo é tão desconcertante...
Demais, Dade!!! Beijo:)
Teu poema me remeteu ao meu:
Dilema
Debaixo das asas aconchegada, acolhida
Recolhida
Presa
Nunca mais voar?
Voar
Céu infinito
Vento frio
Asas cansadas; nenhum lugar para repousar?
Anna Amorim
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