sexta-feira, abril 11, 2014

Finito





Perto de um cais noturno, treva espessa,
conto as estrelas sozinhas e me esqueço
de quanto sou também sozinha e triste
desde semanas atrás, quando partiste.

Conto as estrelas caladas e o silêncio
contém a escuridão e é como incenso
subindo em homenagem aos que sofrem
cantando um mudo canto sem estrofes.

E nesse cais escuro debruçada
olho o balanço sem fim da água apagada
pensando vagamente no romance,

jogo finito no primeiro lance,
que foi como um poema ou uma chance
de renovar a vida e deu em nada.

6 comentários:

cirandeira disse...

Mas o teu jogo poético sempre será um lance a mais nesse cais
que é ancoradouro de muitos outros navios-surpresas!

Beijos, Dade

dade amorim disse...

Obrigada, querida Cirandeira!

Nilson Barcelli disse...

Tudo é finito...
Excelente poema, gostei imenso.
Dade, tem uma boa semana.
E uma Páscoa feliz para ti e para a tua família.
Beijo.

Graça Pires disse...

A melancolia da solidão e do silêncio num soneto excelente.
Um beijo e Boa Páscoa.

Ivan disse...

Belíssimo, Dade!
Amei!

Beijos do Ivan

Unknown disse...

de mais



beijo