A matemática rendada do poema
pousa questões sem resposta
até onde a vista alcança.
Uma razão lançada sobre ele
é uma rede vazia imaginária
de pressupostos ininteligíveis.
A malha que tentou conter o poema
plena desfaz-se em fibras
e entrega sua estrutura ao mar aberto.
A santidade que o envolveu
errante e transgressora
fura de irrestrições o seu tecido.
Porque o poema é trêmulo e transpira
cabe talvez num sonho dissoluto
mora no instante mesmo em que se esconde.
7 comentários:
[como a malha aberta, delicadamente palavra,
a renda que se une poema.]
um imenso abraço, Amiga Dade
Leonardo B.
BELO, DADE!
A lógica da matemática cabe muito pouco na sensibilidade de um poema.
Vivi os dois.
Beijos, amiga
Mirze
é o poema o que se divisa em sílabas divididas,
beijo
Um modo delicado e quase terno de definir o poema. Lindo, Dade.
Beijos do Ivan.
Tudo tão lindo quanto um mar aberto, e ainda assim tua poesia é exata, é exata para mim!
Quantas coisas lindas tens deixado aqui.
Bjo!
Ese é um poema diferente dos que você costuma postar. É lindíssimo, gosto muito dele, que parece dar sua ideia sobre poesia.
Beijos muitos.
só na poesia podemos o que na vida não sabemos. as operações? somente as que qualquer menino de 4º ano aprendeu na avidez da descoberta: multiplicar para saber dividir; somar porque chegará o tempo de subtrair.
beijinho!
p.s. a raiz quadrada faz-se desnecessária na aritmética da vida.
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