quarta-feira, julho 25, 2012

Rotina



Nesses encontros de todos os dias
nomes e vozes confusos, misturados,
nesses encontros tíbios da rotina
há um som de inseto seco na luz baça
e as folhas de papel brancas e finas
são poças de manhã na mesa escura.

Desses encontros de todas as horas
resta no ar uma poeira leve
que se repete e junta pelas frestas
mancha os vidros das janelas
e em crostas esconde o sol, e o sol se nega
a visitar nossas salas vespertinas.

9 comentários:

assis freitas disse...

essa rotina que dilacera,

beijo

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema.
As tuas palavras revelam imenso talento poético.
Beijo, querida amiga.

Daniela Delias disse...

Que bela imagem a das salas vespertinas!

Tão bonito :)

Bjo, Dade!

Bípede Falante disse...

quantos naufrágios não acontecem nas folhas frágeis das poças da manhã?

beijoss

Anônimo disse...

De uma sensibilidade ...
Sempre muito bom ler você
Beijinho!

Rose disse...

Isto aqui está cada vez mais belo!
Poesia e canção - ingredientes que acolhem a alma!...
Obrigada, Adelaide!
Beijos,
Rose

Unknown disse...

Sua sensibilidade, impressiona!

Belíssimo!

Beijos

Mirze

Luiza Maciel Nogueira disse...

Dade você me recordou e agora pensando bem você tem uma influência forte na Cecília Meirelles? Escutei um pouco a voz dela e eu a adoro tanto. É claro tua poética é única, mas é uma boa influência.

beijo

Cris de Souza disse...

É bom ir de encontro a tua poesia.
Ler-te faz parte da minha prazeirosa rotina!