
Se a manhã fosse o começo
não de uma segunda-feira
mas de um dia desnumerado
manhã das horas queridas
de examinar com calma cada luz
cada modalidade da luz
do sol e as cores.
Depois
olhar sem pressa a chuva
a calha da varanda
e na sede das poças
a dança refletida
não de uma segunda-feira
mas de um dia desnumerado
manhã das horas queridas
de examinar com calma cada luz
cada modalidade da luz
do sol e as cores.
Depois
olhar sem pressa a chuva
a calha da varanda
e na sede das poças
a dança refletida
dos supérfluos
que tornam o mundo
tão delicioso.
Se os pássaros voltassem
sem antes nem depois
quem sabe a noite
viajaria do fundo de sua música
até perder-se em luas de silêncio
e dobraduras de asas
aos olhos de janelas desatadas
– música da distância –
e a luz perdida entre os muros
aparecesse em visões
que o cansaço apaga
e só conseguem
furar fugazes
furar fugazes
os sonhos.
2 comentários:
Muitíssima boa maneira de começar setembro, amiga.Beijo
Pudéssemos aprender esta ciência, seríamos todos,com certeza, muito mais felizes.
Quando preciso de equilíbrio, venho te ler Adelaide e saio daqui sempre tão leve. Teus textos realmente me fazem bem. beijooo
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