quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Paraty V

quando de noite o tempo silencia
dormem os habitantes protegidos
pelo cenário eterno da colônia

sonham com personagens redentores
heróis imaginários
santos tristes
e em volta de seus leitos
nuvens de insetos traçam móveis mapas
veleiros de chegar e de partir
veleiros que sumiram sem notícias
longe da hipótese do porto

não querem de sua terra
mais que o catre, as ruínas
para dormir seus sonhos degradados
e nunca
nunca preparados
para abraçar a herança que lhes cabe

antes do mar chegamos
e desde sempre dormem os habitantes
protegidos
dessa pobreza sem nome dos nativos

Um comentário:

Silvia Chueire disse...

Paraty, saudades. Volto lá este ano, vamos?

Ah sim, a nossa conversa fiada, vamos lá, topas? : )

Beijos,
Silvia