sexta-feira, janeiro 24, 2014

Urbana




O jazz rolando na sala
no morro ensaio de escola
no rádio do vizinho
Astor Piazzola.

domingo, janeiro 19, 2014

Andarilho



 
pela cidade quando
entre as copas e o teto mais distante       
as lâmpadas escondem o fim do dia.

Conheceu noites dormindo na calçada
ao som do apito dos barcos pelo rio
enquanto protegidas pelo escuro
lâmpadas prenunciavam outra aurora.

Viu na cidade tantas outras noites
e tantos gritos entre os muros frios
viu edifícios insones e fechados
e caminhou na sombra sem destino
olhando as lâmpadas desfolharem o rio.

Esteve nos bares cheios
mesas vultos copos vozes
galhos de hera à espera
do silêncio que os dissolve.

As armadilhas tecidas pelo tempo
à meia-luz pintam paineis imensos
lembranças falsas de vidro
brasas do mesmo cigarro
que vai se apagar nas lâmpadas
quando chega o outro dia.

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Iluminações





Há uma rachadura em todas as coisas.
É por ela que a luz entra.
                                    Leonard Cohen




A luz de dentro dos olhos
vem do ar que se respira.

Tudo que existe
até os pensamentos mais soturnos
sobrevive da luz que aspira
– um toque do pintor em rua escura
os vagalumes fugindo e renascendo
à luz do vento.

Vem pelas veias do céu
em anos-luz de linhas desmedidas
tecendo teias.
Procura pedras da terra
vestes rasgadas
na guerra os corpos feridos.
A luz é do que corrompe ou regenera
não salva – só ilumina
não planta
germina e cresce.

Tudo que brilha é desdobramento
e é o sangue a luz do corpo.

Iluminações





Há uma rachadura em todas as coisas.
É por ela que a luz entra.
                                    Leonard Cohen




A luz de dentro dos olhos
vem do ar que se respira.

Tudo que existe
até os pensamentos mais soturnos
sobrevive da luz que aspira
– um toque do pintor em rua escura
os vagalumes fugindo e renascendo
à luz do vento.

Vem pelas veias do céu
em anos-luz de linhas desmedidas
tecendo teias.
Procura pedras da terra
vestes rasgadas
na guerra os corpos feridos.
A luz é do que corrompe ou regenera
não salva – só ilumina
não planta
germina e cresce.

Tudo que brilha é desdobramento
e é o sangue a luz do corpo.

Iluminações





Há uma rachadura em todas as coisas.
É por ela que a luz entra.
                                    Leonard Cohen




A luz de dentro dos olhos
vem do ar que se respira.

Tudo que existe
até os pensamentos mais soturnos
sobrevive da luz que aspira
– um toque do pintor em rua escura
os vagalumes fugindo e renascendo
à luz do vento.

Vem pelas veias do céu
em anos-luz de linhas desmedidas
tecendo teias.
Procura pedras da terra
vestes rasgadas
na guerra os corpos feridos.
A luz é do que corrompe ou regenera
não salva – só ilumina
não planta
germina e cresce.

Tudo que brilha é desdobramento
e é o sangue a luz do corpo.