O banco de dados do mundo
começa com o arquivo da gênese
escorrendo entre os dedos do Senhor.
Todo homem tem seu tempo
mas nem todos espremem seu suco
até o fim
– resta sempre um arquivo morto
ou quase.
Os ônibus têm mais de um século
mas só nos novecentos
os homens começaram a pendurar-se nas janelas
(e as mulheres só no carnaval).
Mulheres preferem olhar de outras janelas
e estão sempre buscando alguma coisa
: maçãs, serpentes, vestidos, homens extraviados
pais e filhos mortos
serenamente vivos em suas fotos
até que nasçam lápides novas
datadas de algum dia.
Enquanto se descobrem as alegrias
da tecnologia nossa
começa com o arquivo da gênese
escorrendo entre os dedos do Senhor.
Todo homem tem seu tempo
mas nem todos espremem seu suco
até o fim
– resta sempre um arquivo morto
ou quase.
Os ônibus têm mais de um século
mas só nos novecentos
os homens começaram a pendurar-se nas janelas
(e as mulheres só no carnaval).
Mulheres preferem olhar de outras janelas
e estão sempre buscando alguma coisa
: maçãs, serpentes, vestidos, homens extraviados
pais e filhos mortos
serenamente vivos em suas fotos
até que nasçam lápides novas
datadas de algum dia.
Enquanto se descobrem as alegrias
da tecnologia nossa
de cada dia
o pasto cresce nas portas
do imenso casarão
onde habitam os que até agora
conseguiram escapar.
onde habitam os que até agora
conseguiram escapar.
2 comentários:
Querida Adelaide,
Endereço novo? Mas o texto com a mesma qualidade, ótimo de ler!
Obrigada pela visita e pelo comentário. Que tudo esteja bem com você.
MUITOS ABRAÇOS,
Ilmara.
Adade,
E pelo pouco que já ouso dizer que conheço de ti, sei que nós estamos escapando e ousando olhar o céu, e contemplar o mar...
Os ônibus lotados podem até nos conduzir, mas não embotam nossos sonhos...
Beijos,
Carol
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