domingo, fevereiro 07, 2010

Advento



Marc Chagall. Buquê de flores voadoras.


Enquanto a poeira da noite
soterra histórias passadas
um indizível poema nos assiste
dessa janela diante do nascente
a amendoeira antes da primavera
fremente em folhas brotadas de amanhã.

Nada sabemos ainda do advento
dessa palavra translúcida por vir
que entanto em movimento se confirma
como um prenúncio, um coração de feto
a inaugurar a manhã e o poema
inesperado diante da janela.

8 comentários:

Barbara disse...

'Coração de feto"
ISSO É BELO DEMAIS!

João A. Quadrado disse...

[entre o poema e as palavras nómadas, existe uma humana coincidência: a mão que traça a letra que nem a chuva temporal apaga]

um imenso abraço

Leonardo B.

Amélia disse...

Lindo!

Fabio Rocha disse...

Que lindo, dade. Deu vontade de fazer um poema. Ah, vou fazer mesmo... :) Beijos

nydia bonetti disse...

advento - palavra mais bonita, como o poema... Beijo, Dade!

Evandro L. Mezadri disse...

Bela poesia, muito conteúdo espalhado em ricas frases e palavras.
Grande abraço e sucesso!

Gerana Damulakis disse...

Conteúdo: eis a palavra que define seus textos, seja poesia, seja prosa. Parabéns, dade!

Unknown disse...

A súbita iluminação. Pequenas epifanias. Versos encantatórios. E mais, mais.. Abraço.