Cuidado com os relógios
ditadores
sobre móveis
e paredes (mais ameaçadores
por sua posição).
Cuidado com suas falácias atrasadas ou
quando se adiantam
deixando pequenos abismos pelo chão.
Corpos rudimentares
mecanismo e tirania
dispostos canibais dissimulados
mas inúteis.
Tempo é trem involuntário
e considera fúteis
todo os relógios.
9 comentários:
Ah, os relógios...
Lindo, lindo poema!
Inventamos os relógios para quebrá-los. O tempo é uma convenção, mas convenção mágica. Transformo uma parcela do tempo - nós dividimos os tempo em parcelas - em uma flor ou um cavalo. A flor me extasia, o cavalo me alucina. A realidade é pobre demais, precisamos tranformar magicamente o tempo.
O seu poema é muito instigante - olha que reflexões instigou, até poesia.
Beijo.
Faz tempo, muito tempo mesmo, que me livrei desse monstrinho aparentemente inofensivo. As únicas badaladas que eu ouço é a desse velho coração que insiste em bater cada vez mais forte. Até quando?
Abraços,
Max
Acho que Quintana tem poema assim falando de relógios. Os teus são belos canibais. Eu só os uso na poesia, onde posso congelar o tempo. Abraço.
Mesmo tendo todos os relógios do mundo, nunca seremos donos do Tempo!
Gostei muito!
Um abraço,
Samuel Pimenta.
Bela poesia, os relógios nos incomodam ou nos salvam, é um paradoxo.
Grande abraço e sucesso!
relógios ditadores... mas o dono do tempo... é o tempo!
Lindo, lindo poema!
tempo marcado
entre tirania e morte
deixar à distância este tempo.
Muito bom visitar seu blog, Adelaide!
Beijos
Jefferson
todos os relógios deveriam ser silenciosos - em respeito aos instantes mortos.
É Dade, mas eles não têm respeito algum e seguem devorando as horas -feito um trem - desgovernado e barulhento.
beijo, bom domingo!
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