O vento passa em silêncio
e o papel de leve se arrepia
de obliquidade.
As sombras circulando no cinzeiro
e o vidro que reinaugura
sua constelação cotidiana.
Alguma coisa nos sentidos
move-se como as peças de um puzzle
uma redescoberta de formas despertando
a cera do não lugar a que chamamos alma
– eles repousam plenos
sem fome sede ou paixão
a forma que lhes cabe.
O olhar anima
nem vegetais, nem pedras
nem do mar
: secretos
os objetos são como os poemas.
6 comentários:
Especular. E o teu verbo revela a beleza da palavra articulada. Maximamente bela essa mínima geometria.
Beijos, Dade!
Os poemas são objectos, a concretização possível do belo através do verbo.
Um beijo
O vento, o silêncio, as sombras. O poema como objecto de emoções, descoberta e beleza. Gostei muito.
Um beijo.
Olá!
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Um beijo
Obrigada!
"secretos os objetos são como os poemas"
Gostei do teu poema, é magnífico. Coisa a que estou habituado contigo, aliás...
Um beijo, querida amiga Dade.
de torar
beijo
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