terça-feira, junho 03, 2008

Longas tardes de outono


Fecho as cortinas
isolo o mundo
numa esfera invisível
mais fria a cada instante.

A experiência de ser é quase trégua
entre os ruídos amigos do relógio
e o despertar discreto de meu gato.

Mas o silêncio grita na memória
e como disse Leminski
não adianta fugir
que viver não tem cura.

2 comentários:

Carol Timm disse...

Adade,

Eu que tantos anos tives gatos ainda sonho com eles, ainda tenho saudades daqueles bolinhos de pelo deslizantes.

Às vezes queria despertar e encontrá-los de novo, talvez um dia isso possa acontecer.

Lindo poema!

Beijos,
Carol

Beth Kasper disse...

É amiga! a vida não tem cura e nós é que fazemos ela valer a pena ser vivida.
bj pra voce