Klimt. Beijo.
A casa tem passado e está incompleta.
Da porta se veem cantos na penumbra
das janelas a luz dilui-se devagar
ao ritmo da tarde e de lembranças
que não são nossas e no entanto chamam
vozes tão mansas e acolhedoras.
Malas de amor antigo nos esperam
sem palavras
carregadas
de olhares que se cruzaram tantas vezes
de olhares que se cruzaram tantas vezes
carícias no prazo de validade
e um desejo ainda poderoso que deixou
raízes na sala de jantar.
raízes na sala de jantar.
9 comentários:
Poema denso e à memória intenso. Abraço.
Bela leitura de um quadro- como o fez também Jorge de Sena em metamorfoses. Gostei muito
Ah, o peso dessas malas...
O poema, no entanto, é leve e gostoso.
Beijos
estas "raízes na sala de jantar" e este "leito aberto ao enigma como um sacramento" são imagens belíssimas, Adelaide. Sempre no tom equilibrado e sereno da tua poesia, que tanto me en_canta.
beijos!
Muito muito bom!!
"a casa tem passado e está incompleta"
Belo poema!
a casa tem passado e está incompleta. lindíssimo.
e quanto tempo demoraremos a reconstruir a casa, a completar um coração?
beijinhos:)
Posso ver essa casa incompleta e seu passado, as raízes, "o leito aberto ao enigma como um sacramento" - maravilhoso!
Beijo
César
lançando luzes sobre a casa,
luzes sobre os cômodos / a memória.
cores de enigma.
que bonito, Adelaide! Um grande prazer visitar seu blog.
beijos.
Jefferson
Equilíbrio, serenidade: bem disse Nydia. Gosto mesmo daqui! (O livro, como disse, chegou. Te dou notícias!).
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