segunda-feira, maio 06, 2013

Udo da Baviera





Há décadas fugiu de sua terra.
Moram com ele na casa de sobrado
um cinzeiro rachado da Baviera
a escrivaninha surrealista do tio
esquizofrênico
e um ruído de rio.

Da sala ouve falas discretas
mas constantes
onde trocam ideias o pai
a mãe e a mestra de sua escola da infância
que – fossem vivos – teriam
cada um
bem mais de cento e vinte.

Às vezes ele chega até a janela
e se não há muito sol nem muita chuva
e o rio corre manso
diverte-se passeando em pensamento
pela memória da margem mais deserta
até encontrar alguém
que fale o alemão fluentemente.

3 comentários:

Unknown disse...

eu lembro desta série no palavrório



beijo

José Carlos Sant Anna disse...

Muito bom este poema, Dade. Muito bom!
Abr.,

Ivan disse...

Gostei muito, Dade.

Beijo do Ivan.