sábado, fevereiro 16, 2008

Cidade



Um ônibus ronrona
aço irritado
entre ruídos sem nome.

De uma janela
tímida espia a esperança
e se recolhe.

O céu toldado resume
as ameaças do mundo
nos galhos da amendoeira.

Alheio a tudo o menino
pedala para bem longe
uma canção de infância
e salvação.

2 comentários:

Carol Timm disse...

Adade,

Gostei muito desse poema...
especialmente:

"alheio a tudo o menino
pedala para bem longe
uma canção de infância
e salvação"

Quantas vezes acontecimento desses também não salva o nosso dia!

Beijos,
Carol

Saramar disse...

A sensibilidade está em cada verso.
Ainda há salvação, enquanto houver crianças... pelo menos para diminuir alguma dor.

beijos