quinta-feira, abril 03, 2008

Cidade do céu aberto




A lua é ciranda muda
impregnada nos telhados.

Em cada esquina
a vida presta homenagem a seus mortos
e os vivos
fazem de conta que há anos
nada acontece por lá
ou quase nada.
Polem as pratas
conservam imagens
executam sacralezas
no órgão da catedral.

No mais é subir ladeiras
ter orgulho de suas lajes
e mergulhar na vertigem côncava da noite
para gerar os filhos que irão nascer
antes da procissão de Corpus Christi.

Um comentário:

Moacy Cirne disse...

Visitando seu blogue para sentir a sensibilidade de sua poesia. Gostei d'"a lua é ciranda muda/ impregnada nos telhados". Ah, sim: como você consegue manter tantos blogues ao mesmo tempo? Abraços.