quarta-feira, setembro 15, 2010

Poema-amigo traz Carol TImm

Quando a urgência pode esperar


1.
Quando a urgência pode esperar
acaba definhando e morre
a flor no vaso colhida em botão
às vezes nem se abre mais

2.
essa pressa que levou
ao tombo - ao machucado
- de onde veio a cicatriz
que resultou no medo?
devemos correr de novo
e cair mais uma vez?

3.
agora que os ossos
são mais frágeis
subir menos nas nuvens
de onde o tombo é mais pesado

4.
se a gente aprendesse
com os gatos a descer:
que belas nossas
aterrisagens

©Carol Timm








Madurez



Posso ser ilha
se as pontes ruírem.
Comungo o mundo e esqueço
invento o sangue
as veias esvazio
graduo o peso segundo o solstício.
Por mãe de renascença tive a espera
sou vegetal, minério
bicho novo.
Tenho a força do vôo e do horizonte
um sol dentro do corpo
e me improviso.
Posso ser ilha
se as pontes ruírem.


dade amorim

10 comentários:

Anônimo disse...

Conheci a Carol pelo seu blog, e agora também estou sempre lá. Um encanto de pessoa, assim como vc, Dade querida!

Ps.: Tornar-se ilha é uma opção interessante.

Beijo.

Unknown disse...

Belíssimo os dois poemas!

A Carol, como eu, já sabe que os gatos são os donos da sabedoria. Para eles não há urgências.

E você, Dade pode ser o que quiser, Ilha, montanha ave, em tudo há uma força que emana e que vem de você.

Beijos às duas.

Mirze

Unknown disse...

dois belos poemas,

beijo

Unknown disse...

Não deve existir nada mais enternecedor do que encontrar duas amigas unidas pela poesia. E que belas poesias!
Beijo Dade. Beijo Carol.

Carol Timm disse...

Dade,

Foi o melhor presente do dia, depois da sua companhia. Saudade de um bate-papo longo daqueles nossos na Cafeteria.

O teu poema que acompanha o meu é tão lindo, aquilo que já te disse, tua poesia tem tantas entrelinhas e gosto muito disso.

Semana que vem, depois que eu voltar do FESTCOROS a gente podia combinar algo, antes de ir sair de férias. O que me diz?

Espero que goste do teu livrinho e que a leitura te inspire novos poemas.

Beijos,
Carol

PS: QUe pena que a gatinha não existe mais, ia querer conhecê-la.

Gerana disse...

Seu poema é incrível, dade; gostei de conhecer o de Carol também.

Nilson disse...

O pulo do gato, a ilha em si. Diálogo frutífero!

MariaIvone disse...

E quão à beira de ruirem às vezes estão essas pontes. Ser ilha por vezes é um imperativo.

Beijos, Dade
MariaIvone

Anônimo disse...

São dois poemas lindíssimos ilustrados por uma gata fora de série, o que deu um conjunto perfeito. Carol e você estão de parabéns.
JN
P.S. sabe como eu sei que é uma gata e não um gato? Porque só gatas têm 3 cores

nydia bonetti disse...

Duas poetas queridas, dois poemas afinadíssimos. E estas duas imagens: subir menos nas nuvens e/ou tornar-se ilha... como me tocam. beijos.