Imagem Henri Cartier-Bresson.
Dentro da velha casa de bonecas
Dentro da velha casa de bonecas
minha predileta
desconjuntada
braços de pano pendentes
cara de nada absoluto.
Bobagem ou contradição em termos
não pode ser o nada absoluto se ainda é uma boneca
mesmo quase desfeita
mas penso
parte dela virou pó
não é mais a boneca que foi
porque começa a navegar no nada.
Triste e um pouco assustada
olho o espelhinho da casa e percebo
o nada absoluto em meu rosto
também.
10 comentários:
e cada vez mais, navegamos no nada...
um abraço.
tudo é tudo e nada e nada... já dizia Tim Maia. ;)
Tão bonito, Adelaide!
Eu já não tenho nenhuma das minhas bonecas -também não tive muitas- uma. lembro-me bem dela, chamava-se Rosa - chá; era de porcelana...tive outras de trapos...Peluches tive o meu 1ºurso aos 24 anos e ainda o tenho.É o meu Joanica-Puff...
Vou ver se encontro um texto de Almada Negreiros que mete bonecas, também, se encontrar, darei a conhecer. Abraço
Um dia destes vou colocar A verdade-o tal texto de Almada Negreiros no meu blogue- e servir-me-ei da foto deste seu post.Beijo
Hoje passei aqui só pra ouvir as músicas do seu blog ;-) beijo
bela canção!
Tive só uma boneca, Dade. Há tanto tempo virou pó. Destes que brilham nas frestas das janelas, sob a luz do sol... beijos.
o nada absoluto guarda o mistério da criação das coisas... de todas as coisas... mas ele dói.
Dade, comentei aqui no post "boneca" e também no "passado com passas". Beijo
Magnífico poema, Adelaide!!! Se a boneca de pano nos lembra, tanto quanto o espelho, que também viraremos pó, podemos crer que, de certo modo, nem o pó é nada, pois neste nada somos poeira cósmica, memória, traços, afeição infinda... Beijos alados!
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