Pesa um silêncio sem volta noite adentro
e luz de água parada nas coisas do outro dia.
É sem remédio e antigo o que acomoda a vida nesse estado.
É mais que tédio
o que resiste e não atrai ou repele
antes se fecha em flor pendendo murcha
vegetal que já não vive
antes que a morte seque o movimento
antes que a pele se solte do músculo contrito.
Como se a vida tivesse se afastado
para espiar de longe a realidade
tudo agora é queda
e nada ficou por descobrir.
6 comentários:
Gostei das imagens, de como criam um clima de vácuo e opressão.
bjs
Dade, você é imbatível para criar climas - e o que é um poema senão um clima que envolve quem lê?
Beijo
César
Tava com saudade de ler seus escritos, prima. Faz bem estar aqui. Gostei demais disso que está no cantinho: "o horizonte cresce nos limites / o vento quebra os passos
e o mar se apressa / dentro da concha o andante se transforma num allegro". Lindo!
Belo como tudo que você escreve.
Bjs
FB
Fiquei sem ar, me senti no vácuo.
Que imagens,Dade, que beleza.
beijos.
Uau!!
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