quinta-feira, setembro 09, 2010

Janela 4



 Foto Maria Costa. Silêncio.


Do vento que engana essa vidraça resta a mentira
rolando nas calçadas
tigre civilizado e desfeito em listras soltas.

O som do vento é cristal que ninguém pode ver
e o esquecimento
é uma janela fechada a pássaros e insetos.

Dentro de casa
a vida se perdeu
em poças de silêncio.

8 comentários:

Marcantonio disse...

Nossa! Ao menos do lado externo dessa janela as imagens brihantes dissolvem admiravelmente o silêncio. Esse vento cristal é sentido nos ouvidos. E as listras soltas desse tigre civilizado formam grafismos na minha retina.

Beijo.

Samuel F. Pimenta disse...

O silêncio que impera em casa é o "silêncio-guardião" das nossas almas, aquele que nos livra dos tormentos mundanos da rua! Belo poema!

Tudo de bom,

Samuel Pimenta.

Unknown disse...

cortante, vento e silencio

beijo

Zélia Guardiano disse...

Lindo, lindo, Dade!
É som de cristal, mensageiro dos ventos...
Grande abraço!

Anônimo disse...

Lindo, doce poetisa! Sua marca indelével de sensibilidade à flor da pele.

Beijo.

Unknown disse...

Dade!

Este tigre anda rondando as casas.

O silêncio em lascas, quem sabe o alimentará.

Gostei muito!

Beijos

Mirze

Úrsula Avner disse...

Oi Dade,

ler poemas assim nos enchem os olhos e a alma... Bj.

Nilson disse...

Lascas de silêncio: ourivesaria!