segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Iluminações



Há uma rachadura em todas as coisas.
É por ela que a luz entra.
                                    Leonard Cohen




A luz de dentro dos olhos
vem do ar que se respira.

Tudo que existe
até os pensamentos mais soturnos
sobrevive da luz que aspira
– um toque do pintor em rua escura
os vagalumes fugindo e renascendo
à luz do vento.

Vem pelas veias do céu
em anos-luz de linhas desmedidas
tecendo teias.
Procura pedras da terra
vestes rasgadas
na guerra os corpos feridos.
A luz é do que corrompe ou regenera
não salva – só ilumina
não planta
germina e cresce.

Tudo que brilha é desdobramento
e é o sangue a luz do corpo.


Poema reeditado




10 comentários:

Enylton disse...

Lindíssimo esse poema, Dade.
Beijos.

Unknown disse...

belo, belo

numa cadencia fenomenal



beijo

césar disse...

Luz, um de nossos motivos de viver. O poema é demais.

Beijos.

Iara Maria Carvalho disse...

a luz é esse poema.

ilumina, rarefeita a sua cor.

beijos...

Unknown disse...

Nossa, Dade, esse me abalou e ofuscou.
beijo beijo.

Ivan disse...

Nem imagino o que seria de nós sem ela. Merece esse lindo poema, sim.
Beijos do Ivan.

Elisa Cunha disse...

Se é pelas rachaduras que a luz perpassa, então quero desdobrar-me pelo mundo afora.

Perfeito poema.

Bjs

mfc disse...

É a nossa luz que por aí anda...
Um pouco de nós que encanta os outros!

AnaC disse...

Lindo, desde a epígrafe até o último verso, Dade.

Beijos!

Jorge Pimenta disse...

"Tudo que brilha é desdobramento
e é o sangue a luz do corpo."

e respira... e dói... e é...

beijinho, dade!

p.s. cohen é a poesia e a música em conjugação perfeita, verdade?