Os pais os olhavam
tristes
como quem sofre
dores muito antigas
sonhos pisados
e um atavismo de culpas
sem remédio.
Na hora mais quente do dia
a casa em desalinho
longe do pai
a mãe lavando a louça
deixaram os brinquedos no porão
tentando salvar a vida
mais para lá do portão.
Levavam
olhos de choro
olhos de choro
as dores já tão antigas
e dentro da pele
as culpas.
as culpas.
12 comentários:
Triste... Um abraço.
Triste, sim, mas bem oportuno...
Oi Dade, poema de profundo tema existencial, marcante, triste, bonito...Bj.
Pais sempre sentem culpas. Mas seu amor é tão forte que a culpa não tem razão de existir.
beijo
Tradicionalismo, familia eé um pouco assim, cheia de culpa por colocar uma vida no mundo por vezes miseravel! Beijos
herdamos essa vertigem que corrói o olhar, somos sempre o expurgo dos outros e nesse aprendizado temos que sobreviver
beijo
A vida é por vezes um lugar triste.
Muito belo, o poema.
Beijos.
E isso é tão mais comum do que se imagina! Há muito mais gente triste do que alegre, neste mundo. Belíssimo o poema. Bjs da AnaC
A transmissão quase inevitável de uma herança dolorosa.
Beijo.
Esse é daqueles poemas de apertar o coração. Verdades expostas traduzidas de maneira bela.
Abraços.
PAZ e LUZ
Poema lindo, de uma delicadeza desconcertante.
DADE!
Lindo e triste. Como passei por isso, emocionei-me, o que significa que você escreve com a alma.
Beijos
Mirze
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