Os objetos
são o que são
mas não sabem
São bem concretos,
no entanto
o vento passeia ameno
e anima os ângulos frágeis
dos papéis em minha mesa.
A sombra discreta vela
no meu cinzeiro de vidro
todas as constelações.
Vêm de tamanhas distâncias
imunes a nossas fomes
sede, paixões ou temores,
indiferentes aos anos.
Os objetos passam pelo dia
ao tempo de nosso olhar
mas não se explicam
: os objeots
são como os poemas.
.
: os objeots
são como os poemas.
9 comentários:
o silêncio dessa poesia ressoa fundo na palavra, ressoa fundo no olhar
beijos
Paranão aruiar, gosto muito dos seus poemas. beijos e um bom mês que agora começa!
me lembraste um verso de Drummond:
que triste são as coisas consideradas sem ênfase
beijo
Creio que a poesia nos traduz sem reducionismos. Cada um com sua voz própria, às vezes pensamos igual.
Beijo do Ivan.
Sob certas circunstância, nem mesmo os mais profundos sentimentos se explicam.
Belíssimo poema, Dade. Um beijo.
As palavras e os silêncios dispersam a poesia...
Um beijo.
Os objectos são matéria que perdura para além dos seus utilizadores. Prolongam no tempo a sua memória ainda que dispensem as palavras.
Belíssimo poema,
Beijo
As coisas não tem paz. Mesmo sem ter vida se contorcem. E o que vive se deforma.
Lembrei desse trecho de um poema, desses que ficam perdidos, como alguns objetos que a gente nunca mais encontra. Beijo, dade!
Quanta coisa dorme nos objetos a nossa volta!
Bjs do
JL
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