Alta rapina de outono
em voo exato
a morte cobre a paisagem
nuvem depois do almoço.
Na hora mais morna do dia
0s pratos sujos
a casa desarrumada
essa visita.
Deixamos os brinquedos no porão
e ela ficou
toda a tarde desfiando
dores perdidas
malogros
atavismos
e rostos fora de moda
em fotos amareladas.
A morte se repetia
e estava nua.
6 comentários:
Encantador este seu "Álbum de retratos", Dade!
Fez-me correr a pegar a antiga lata de biscoitos que fazia as vezes de álbum , para minha mãe, e que hoje é minha.
Tudo sépia...
Bem, talvez sépia seja , nesta altura, a vida...
Mas, voltando ao seu poema: coisa mais linda! Tudo do jeitinho que é...
Forte abraço, querida!
[o mundo dos retratos vive na imensa escuridão do seu álbum... ainda que aberto devolva tanta luz como o astuto astro]
um imenso abraço, Amiga Dade
Lonardo B.
Nossa, dilacerante. Liricamente perfeito!
Beijo!
puxa que final, me deu um arrepio
beijo
Oi Dade, belas imagens poéticas num texto impecável. Bjs.
Dade,
É lindo e triste o teu poema. Fiquei pensando nas fotos amareladas...
Vou sentir sua falta nesta quarta.
Mas te desejo uma ótima viagem.
Beijos,
Carol
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