domingo, novembro 28, 2010

Até o natal


Quando as bonecas moravam
naquela casa
palavras tinham gosto de hortelã
e gelatina.

Palavras que mudaram de sabor
moveram o tempo
e decantaram
no fundo dos cristais
guardados nas últimas prateleiras
onde ninguém vai mexer
até o natal chegar.

11 comentários:

nydia bonetti disse...

Acho que só quando as bonecas moram nas casas, os natais são natais. Os outros serão lembranças destes natais. Comovente, Dade. beijoos.

Al Reiffer disse...

Oi, grato pelo comentário, e parabéns pelo blog, realmente é de muita qualidade. Abraços!

Zélia Guardiano disse...

Dade, que poema mais lindo!
Tenho os olhos cheios de lágrimas.
Ai, esses cristais cheios de palavras, guardados para os natais...
Grata, querida, pela lembrança que me fez vir à tona.
Abraço bem apertado!

Jefferson Bessa disse...

Dade, palavras são bem assim: estão sempre na "ponta da língua" -têm sabores. Um beijo do Jeffersonn

Unknown disse...

tocante, palavras com gosto de ontem


beijo

Anônimo disse...

Bonecas trazem a sensação de leveza, de um sorriso que nunca se desfaz, próprio de um clima natalino, o tempo move-se e outras palavras ocupam o espaço, estas encantadas ficam guardadas até o próximo ano.
Abraços Dade e uma ótima semana.

Unknown disse...

Fantástico, Dade!

Antes, ninguém mexia. As vésperas do Natal era uma só festa em preparos, guardados e surpresas.

Emocionante poema!

Beijos

Mirze

Anônimo disse...

Recônditos da memória.

Tão sensível, Dade.

Beijo.

Marcantonio disse...

Palavras suspensas, cristalizadas nas prateleiras-entrelinhas. Alguns natais foram ancoradouros de memórias definitivas,e como disse a Nydia, os subsequentes só tentam atualizá-las, para mim, melancolicamente.

Beijo, Dade.

José Carlos Brandão disse...

O Natal sempre vai chegar. É alegria demais para ser celebrada.
Beijos.

Nilson disse...

Lembrei da casa da minha avó, onde as bonecas moravam no presépio. Belo poema com gosto de Natal!