E quando às vezes se está
praticamente morto
mas o sangue continua
seu percurso
indiferente?
Nada em nossa matéria
músculos, glândulas, ossos, cartilagens
parece perceber o que acontece.
Lá fora o tempo completa sua curva
como se não existíssemos
e pouco a pouco
o gelo se alastra pelos membros.
10 comentários:
Frio inverno...
o sangue não diz. insiste. mudo. o sangue e as coisas que acontecem. as coisas sem palavras. a vida além de nós. e o gelo.
Tão bonito, e dói. Tenho que visitar vc com mais frequência!
Lembrei da minha prosa que falei dessa dor sem aparente lugar.
Vc escreve tão bonito, Dade, mesmo as coisas mais doridas.
Beijo.
de arrepiar, me passaram gélidas imagens
beijo
Lindo, Dade!
Adoro poemas assim, que despertam para a realidade que um dia todos passarão.
E nesta forma branda e branca, ficou até bonita.
Beijos
Mirze
Morrer em vida quando tudo esfria.
A sombra é apenas um lado.
Gostei bastante, Dade.
o gelo queima.
Dade, sou tão seu fã rsrs
Beijo!
Que belo retrato do tempo...lindo, Dade, lindo.
O gelo se alastra,
um dia não mais doeremos.
Beijos.
Verdade, o corpo passa pelas estações sem se dar conta, como o mecanismo de um relógio nada sabe das horas e sequer sabe que está parando. Mas isso que chamamos alma, essa consciência que viaja com o corpo, às vezes dá uma olhada para a paisagem, e percebe que o corpo já não deixa tão velozmente para trás...
Beijo, Dade.
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