Foto Aykan Zener.
Noite dessas
em que a lua multiplica sombras
e com sua luz mais viva
faz voar a casa
repetida
entre penumbras e contornos luminosos
recomeçou a história
de nossa vida.
A lâmina daquela dor
antes tão fina
reduplicada e agora descoberta
desfez-se em musgo no chão do jardim.
As mãos antes vazias
se detiveram tépidas de enlaces
e as bocas navegaram seus abismos.
O mundo ermo de agora
trouxe de volta o pavor e a delícia.
Sobre lembranças sem corpo
as novas silhuetas confirmadas.
10 comentários:
Belo e inspirado poema, querida!... Nada como o musgo do tempo e da maturidade para desfazer algumas lâminas, e transformar seus fios em fagulhas de ternura, capazes de reflorir almas, lábios, peles... Beijos pintados e alados!
Vamos descobrindo, com o tempo, que nada se desfaz. A delícia e o pavor apenas mudam de jeitos, assim como a nossa maneira de enxergar o que já ficou pra trás.
Belíssimo poema, Dade.
Um beijo.
Oi Dade querida,
Belas imagens poéticas num poema arrebatador... " A lâmina da dor " ...conheço bem esse corte... Obrigada por seu carinho. Bj.
Dade querida
Que riqueza de poema!
Deste misto de medo e alegria, como você trata perfeitamente!
Encantou-me!
Abraço carinhoso da
Zélia
de um lirismo enriquecedor, bocas navegando abismos é por demais imagético. paradoxalmente o que dá prazer convive com o temor, canto sublime,
beijo
Lindo. Este e os outros todos. Muito bom passar por aqui, sítio tão cheio de coisas ótimas. Aproveito pra agradecer a generosidade dos comments no Consoantes Reticentes. Um beijo, Dade.
Metáforas refletidas em cada verso da sua noite. Belíssimo!
Beijo.
Tudo parece girar em círculos Dade. Talvez viver seja recomeçar o tempo todo - entre dor e delícias. Ah... esse tom do poema que persigo... :) beijos.
Vivemos de memórias. Quando menos esperamos, a sensação renasce, pulsa em nós - e somos mais vivos.
É a força da poesia. Ou do amor.
Beijo.
Maravilhoso!
Agora está entendido a sensação de dejà-vue.
É a lua que aviva lembranças.
Lindo poema Dade!
Beijos
Mirze
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