À tarde
brotaram sonhos-de-flandres
nas veredas
e o caminho de pedra
ainda guarda
o desencontro sem nome.
Dissonante
o vento desmantela seu vazio
e forra a noite com lençois de nada.
Queria chegar às flores
que um dia alguém colheu para me dar
a chave do sorriso que perdi
pelo caminho errado
e num encontro sem travas
chegar à beira do novo
ainda longe do gosto da memória
e reaver o mar
acreditando nas nuvens que voltaram.
8 comentários:
[na folha,
na tábua onde a memória se alimenta, acolhe essa palavra, sopro brisa, a palavra precisa]
um imenso abraço, Amiga Dade
LB
o final é provocante
Oi, Dade! Tenho passado por aqui para ler seus poemas, mas o de hoje não consegui resistir. Mexeu comigo, acho que estou num momento assim como esse que vc descreve. è como se eu tivesse escrito, adorei.
Beijo!
O novo longe do gosto da memória é irresgatável, como você bem sabe, mas muito desejável...
Beijos, Dade.
Dade! Vim parar aqui por causa de uma chamada da Monica Mello na FB. Eu já devo ter entrado aqui neste seu blog (?), mas a impressão que tenho é que agora tudo foi descoberta: primeiro li os versos, depois é que descobri a autora. Lindo este poema, Dade, como o pequenininho do post anterior, como tantos outros. Você é uma poeta que me toca muito. Tomara que logo vários destes poemas pousem também em livro. Beijo (sei que ando ausente, mas estou voltando).
Tanta coisa linda por aqui!
Bjos, Dade!
O legado que não se consegue alcançar.
Beijo.
algures entre o muito que procurámos e o tão pouco que conseguimos respira a memória - que é também uma forma de vida.
belo o teu legado!
beijinho!
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